sexta-feira, 23 de maio de 2014

Um gol verde e amarelo contra a violência sexual infanto-juvenil






Uma multidão vestindo verde e amarelo tomou as ruas do Curado IV, em Jaboatão dos Guararapes, na manhã desta sexta-feira (23.05). Um time reunindo moradores, integrantes da Secretaria Executiva de Assistência Social, dos conselhos tutelares, associações comunitárias, organizações da sociedade civil, entre outras entidades, participaram da 5ª Caminhada Contra o Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A multidão seguia um trio elétrico animado por dois palhaços e jovens que exaltavam a importância de denunciar casos de violência ao Disque 100, o disque denúncia nacional. Para não faltar animação, um grupo de estudantes da Escola Municipal Poeta Castro Alves (Jardim Prazeres), munidos de instrumentos de percussão, entoavam batuques. A escolha de padronizar as roupas nas cores da seleção brasileira objetivou chamar a atenção para o fato de que, durante megaeventos, aumentam os riscos de casos de violência contras as crianças e os adolescentes.
“Essa caminhada tem como objetivo mobilizar e sensibilizar a sociedade quanto à importância de denunciar casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Desde de 2009, a prefeitura vem realizando um conjunto de ações para que as pessoas denunciem tais casos. De 2009 a 2012, houve um aumento de 500% no número de denúncias. A violência sempre existiu, mas as pessoas tinham medo de denunciar”, explicou a secretária executiva de Assistência Social, Socorro Araújo.
O momento mais emocionante da caminhada foi ao seu final, quando a mãe da adolescente Beatriz Vital, Maria Selma Vital, tomou a palavra. Beatriz está desaparecida há quatro meses e foi supostamente vista pela última vez no Curado IV, pelo então namorado. Desde então, não há notícias sobre a garota. “Eu queria pedir às autoridades alguma resposta, ou de vida ou de morte. Todo mundo tem o direito de ter seus filhos ao lado quando vai dormir, e eu não. Esta é a minha tristeza. Eu só queria ter a minha filha perto de mim”, disse Maria Selma, sem conter o choro.

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