A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes fecha o cerco aos ambulantes. Guarda Municipal e Polícia Militar circulam pelas principais ruas e avenidas de Jaboatão Velho para fazer o reordenamento urbano e proibir o retorno dos comerciantes informais às calçadas e vias públicas. A operação visa garantir a mobilidade de pedestres e motoristas.
São focos da primeira fase da ação a Rua Barão de Lucena, o Beco da Colônia e o entorno do binário formado pelas Ruas Barão de Lucena e Visconde do Rio Branco. A área concentra o comércio informal do bairro.
A fiscalização é permanente, segundo o secretário-executivo de Gestão Territorial de Jaboatão, Adelmo Aragão. A medida atingirá também Piedade ou Prazeres ainda esta semana e se estenderá a todo o município nos próximos meses.
Para evitar resistência dos ambulantes, a prefeitura colocou a equipe nas ruas e alertou para o reordenamento. "Há vários dias, avisamos que as calçadas seriam liberadas. Eles não tiveram oportunidade de criar confusão", explicou.
Segundo Aragão, ainda não existe a opção de os camelôs seguirem para outras áreas. "Nossa prioridade é a livre circulação do pedestre. Estamos trabalhando nos corredores principais, então, por hora, eles podem ir para outras ruas menos agitadas ou mesmo para a feira livre."
"A gente reelege o prefeito, dá nosso voto de confiança e, agora, para dizer que está fazendo alguma coisa, ele tira o ganha pão de muito pai de família. Como esse povo vai se sustentar? Se quer tirar, tem que dizer para onde os ambulantes vão, tem que dar emprego", reclamou o feirante Júlio Ferreira, 48 anos.
De acordo com o administrador da feira livre de Jaboatão Velho, Ezequiel Fragoso, comerciantes ocupam corredores principais porque neles as vendas são melhores e, por isso, eles insistem em voltar. "A maioria tem ponto fixo na feira, mas não quer abrir mão de estar em um local de maior visibilidade. Metade dos que não tem barraca acha que montar banco na Avenida Barão de Lucena é mais lucrativo", afirmou.
Na Avenida Barão de Lucena, os pedestres observam que ficou mais fácil caminhar pelas calçadas, antes tomadas pelos ambulantes. "Moro perto e sempre passo por aqui. Percebi logo a diferença. É ótimo ter espaço para andar sem precisar desviar de bancos e esbarrar nas pessoas", comentou Edisseia Gonçalves, 38 anos. "O ruim é prejudicar os comerciantes, né? O ideal é pensar em uma ação que seja benéfica para todos, porque eles precisam vender seus produtos para viver", disse Wandeley Faustino, 29.
MANUTENÇÃO
Além da liberação do passeio, outras ações para promover a circulação e os espaços de convivência estão sendo pensadas e executadas. "Lavagem e conserto das calçadas, investimento em iluminação pública e outras intervenções complementares de urbanização, como instalação de bancos em praças e placas para pedestres e condutores, estão em pauta. O mais importante é o desafio de manter esses serviços, porque dependemos da população", acrescentou Aragão, ressaltando que a medida da prefeitura é educativa, não punitiva, e que a fiscalização estimula a cultura de respeitar os espaços públicos.
"Entendemos o interesse dos ambulantes de expor os produtos onde há mais gente circulando, mas isso não pode ferir o direito de ir e vir dos pedestres", declarou o secretário-executivo de Administração Regional, George Ribeiro, informando, ainda, que a intenção da gestão municipal é intervir em um novo ponto do município a cada dez dias.
"Para os comerciantes que se sentirem prejudicados ou que tenham interesse, sugerimos que busquem a sede da Regional 1, em frente à praça do metrô, para se cadastrar."
A prefeitura vai encaminhá-los para cursos profissionalizantes oferecidos em parceria com o Serviço Nacional da Indústria (Senai), com o Ministério do Trabalho e outras instituições. "É uma oportunidade de levar uma vida melhor", declarou Aragão.
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