A obra de engorda das praias de Jaboatão dos Guararapes é a maior do Brasil em extensão. São 5,8 km que serão recuperados e passarão a contar com 35 metros de largura. Pelo porte e pela necessidade do litoral brasileiro de intervenções rápidas e a baixo custo, o serviço tem ganhado repercussão nacional, e na tarde desta sexta-feira (26/07), o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, veio ao município conhecer o processo.
“É uma iniciativa muito importante da prefeitura de Jaboatão. Ambientalmente correta, regenera as praias do município e hoje a cidade de Maceió passa por esse problema. Temos áreas bastante castigadas e quase sem faixa de areia. É uma solução que já estamos estudando e depois de ver uma obra fantástica como esta de Jaboatão, temos a certeza de que vamos executar esse projeto lá. Vamos elaborar os projetos e buscar recursos para essa obra que será determinante para o futuro turístico da nossa cidade”, disse Rui Palmeira, prefeito de Maceió, capital de Alagoas.
Para o prefeito de Jaboatão, Elias Gomes, a vinda do gestor mostra a importância da obra. “Essa é uma obra que tem repercussão no Estado e, como já dissemos, é a maior obra em extensão de engorda e recuperação de praia já realizada no Brasil. Evidentemente, vai contribuir para a recuperação da orla do Estado de Pernambuco, e certamente de outros Estados e cidades brasileiras, porque é uma engenharia criativa, de custos baixos e um grande efeito social e econômico”, explicou.
ENGORDA DAS PRAIAS – No total será movimentado 1 milhão de metros cúbicos de areia para aumentar 5,3 quilômetros da faixa litorânea, que compreendem às praias de Barra de Jangada, Candeias e Piedade, em 35 a 40 metros de largura. Um investimento de cerca de R$ 41 milhões, com recursos do Ministério da Integração Nacional e do Município. Essa será a maior obra de engorda do Brasil em extensão, maior que Copacabana e Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, Iracema, em Fortaleza, e Piçarra, no Espírito Santo.
A draga, que faz o transporte do material da jazida em alto mar, a 14 km de Jaboatão – a 2 km da praia de Pedra do Xaréu, no Cabo de Santo Agostinho – até a orla do município, tem capacidade para armazenar 6 mil m³ de areia e está trabalhando 24 horas por dia, fazendo quatro viagens, movimentando cerca de 20 mil metros cúbicos por dia. Para transportar a areia da draga até o litoral, está sendo utilizado um tubo móvel de ferro que mede 1,5 km de comprimento.
HISTÓRICO DA OBRA – Até a Ordem de Serviço assinada em 16/01/13 pelo prefeito Elias Gomes, um longo caminho foi percorrido. Logo que assumiu a administração municipal, em janeiro de 2009, a nova gestão constatou a necessidade de se conter o processo erosivo que ameaça bens públicos e privados e reduz a área para lazer da população jaboatanense.
Em 2010 foi contratado o Projeto Conceitual de Engenharia para Recuperação da Orla de Jaboatão. Em 2011, A Prefeitura contratou estudos de prospecção e cubagem de jazida submarina de areia, e mais a elaboração de projeto de alimentação das praias.
Uma das primeiras obras de engenharia costeira em Pernambuco, o projeto cumpre todos os trâmites legais, ambientais e administrativos, como autorização da Marinha do Brasil através da Capitania dos Portos, autorização da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), dispensa de Requerimento de Lavra de Jazida Submarina de Areia ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Licença Ambiental Prévia (LP) e Licença Ambiental de Instalação (LI) da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) além de Plano de Controle Ambiental (PCA) e Plano de Monitoramento Ambiental (PMA) pelas empresas contratadas.
A obra foi iniciada em 04/02/13 com os serviços de levantamento topográfico de todo o litoral, o que servirá para o monitoramento e para a manutenção que poderá acontecer a cada cinco anos, de implantação dos canteiros de obras, um em Candeias e um em Piedade. Nesses canteiros aconteceu a soldagem do tubo de 1,5 km que está servindo para transportar a areia da draga até a costa. Também foram iniciados os serviços de corte do quebra-mar.
QUEBRA-MAR
Além da engorda, outro serviço que está sendo realizado é o de segmentação do quebra-mar em Candeias, sendo tirados 100 metros e deixados 50, em toda a extensão, gerando cinco partes de 50 metros. O intuito é fazer com que haja a renovação da água. Só com esse serviço os moradores já começaram a sentir as mudanças na coloração da água, que ficou mais clara e no recuo dela, formando, em maré baixa, uma faixa de areia que antes não existia. Esse quebra mar foi implantado há alguns anos como solução para amenizar o avanço do mar. para que haja uma melhor ação hidrodinâmica no local, objetivando a qualidade da água,
MONITORAMENTO
O prefeito Elias Gomes também instituiu o Comitê Municipal de Monitoramento e Mitigação dos Efeitos do Avanço do Mar, considerando a necessidade da coordenação por parte do Município, da mobilização, criação e execução do Plano de Gestão Integrada da Orla e a necessidade da atuação articulada com a sociedade civil organizada.
Esse Comitê, de natureza paritária, é formado por 12 membros titulares e igual número de suplentes, sendo seis do poder público (órgãos municipais e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMAS), e seis da sociedade civil (pescadores, rede hoteleira, moradores, ONG’s ambientais, empreendedores formais, informais, bares e restaurantes).
Serão implantados ainda vários programas complementares ao processo de engorda e que são considerados importantes para a manutenção e melhoria das praias. Destaque para os programas de monitoramento da qualidade da água e balneabilidade; de gerenciamento de resíduos sólidos; da qualidade do ar; de educação ambiental; de otimização de transportes terrestres, além de um plano efetivo de segurança nas praias.
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