domingo, 11 de agosto de 2013

FECHADO DESDE 2007,MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DE PESE PREPARA PARA REABERTURA EM 2014

Casarão de amarelo ao centro, o Mispe estava em estágio de pré-ruína (Foto: Fábio Jardelino/NE10)
Casarão de amarelo ao centro, o Mispe estava em estágio de pré-ruína (Foto: Fábio Jardelino/NE10)
Pernambuco sempre foi pioneiro no audiovisual. Desde os anos 1920 desenvolveu uma produção de cinema e música que ganhou relevância dentro da produção nacional. Do Ciclo do Recife, passando pelo ciclo do Super-8, retomada, além de concertos e gravações históricas, grande parte foi conservada e hoje é parte da memória do Estado. A maior parte desse acervo faz parte do  (Mispe), fundado em 1970, mas desde 2007 fechado para reformas. A expectativa é grande para a reabertura, que deve acontecer no segundo semestre de 2014.
Fundado nos anos 1970 dentro do contexto que criou outros museus do tipo em São Paulo e Rio de Janeiro, o Mispe é um espaço que relaciona arte e tecnologia em um mesmo espaço. Traz a memória tanto das obras quanto dos equipamentos que permitiram a produção audiovisual, como câmeras, gravadores, projetores e mídias físicas.
O Mispe funcionou inicialmente por mais de 12 anos na Casa da Cultura de Pernambuco, mas em 1992 se instalou em um casarão histórico do início do século 19, localizado na Rua da Aurora. Em 2008, problemas estruturais no imóvel levaram ao fechamento para reformas, que dura até hoje. “O teto do primeiro andar estava cedendo, além de outros problemas de estrutura e manutenção que tornou inviável continuar ali”, diz Geraldo Pinto, diretor do museu. Hoje ele dá expediente no cinema São Luiz e cuida do acervo, que retornou para a Casa da Cultura. “O museu foi fechado, mas todos os funcionários seguem trabalhando. Apesar de não estar aberto ao público, recebemos pesquisadores e realizadores que precisam fazer pesquisa”.
Para o diretor do museu, exigências técnicas atrasaram as obras (Fábio Jardelino/NE10)
Para o diretor do museu, exigências técnicas atrasaram as obras (Fábio Jardelino/NE10)
Acervo segue crescendo
O Mispe tem mais de 100 filmes em película, a maioria em 16 mm, do acervo da Embrafilme dos anos 1960 e 70 e uma parte o início dos anos 1990. Tem ainda os primeiros filmes dos cineastas pernambucanos da geração da retomada do cinema brasileiro em diante, como Lírio Ferreira, Paulo Caldas, entre outros. Traz ainda alguns filmes em Super8, que fazem parte de uma fase muito criativa do audiovisual no Estado. “É importante lembrar que não são apenas as peças, mas a memória como um todo que fazem um museu. Através de livros, imagens, artigos de jornal, tudo faz parte da história”, diz Pinho.
Na área musical, o Mispe tem mais de 2 mil partituras musicais, ainda hoje utilizadas por maestros em época de Carnaval. O museu ainda conserva equipamentos como câmeras usadas nos filmes do Estado, projetores, toca-discos, rádios, televisores e o espólio do antigo Cine Palácio, como cadeiras e projetores. A TV Universitário doou todo o seu acervo do departamento de jornalismo – um dos maiores de Pernambuco. “É um material riquíssimo da época em que o telejornal era filmado em película”. O Mispe tem ainda toda a coleção do cineasta pernambucano Firmo Neto, como filmes, equipamento, fotos e anotações.
Mesmo fechado o acervo segue crescendo, segundo Pinto. Grande parte ainda segue sendo identificado e catalogado. “Recebemos um material histórico da Rádio Clube com quase duas mil gravações desde os anos 1960″, diz Pinho.
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Depois da longa reforma, algumas novidades
São muitas as explicações oficiais para tanta demora para reabertura do museu. Parte dos “equipamentos culturais” cuidados pela Fundarpe, o Mispe teve a reforma iniciada apenas em 2011. Nessa época, o casarão estava em um estágio de pré-ruína. “A obra está em curso e deve terminar no ano que vem. Todo o projeto estrutural já foi executado e agora iremos para a parte arquitetônica e museográfica”, disse , diretor de gestão de equipamentos da Fundarpe.
Para Pinho, a demora se deu por causa das diversas exigências de órgãos como Corpo de Bombeiros, que fez com que fosse necessário diversas alterações. “Não tínhamos um elevador para acessibilidade, por exemplo”. Com a reabertura, o Mispe traz algumas novidades. A principal delas é que todos os quatro andares pertencerão ao museu e não apenas dois como era antes (uma associação ocupava os demais pavimentos). Com isso, será possível manter uma exposição permanente sobre Firmo Neto e sessões regulares em um pequeno auditório na sala Fernando Spencer. “Queremos fazer do lugar um museu interativo, moderno. Estamos nos preparando muito para essa mudança”, diz Pinho
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Fonte: NE10

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