por Thiago Neres

O caminho para chegar a essa conclusão passa por um levantamento da comScore. De acordo com ele, o brasileiro gasta mais de 12 horas por mês conectado no Facebook, média superior ao resto do mundo e que dá sinais de como somos dependentes da rede. É claro que em alguns casos esse tempo é perfeitamente compreensível, já que a criação de Mark Zuckerberg está mais para um grande negócio do que um pequeno passatempo. Afinal, prefeituras e governos utilizam a plataforma como um dos principais canais de comunicação e marcas investem milhões em estratégias para as mídias sociais, a exemplo da Coca-Cola e do grupo Walmart.
Nessas situações, a interrupção dos serviços do Facebook realmente demanda uma preocupação maior, dada a possibilidade de prejuízo financeiro e a necessidade de repensar ações de marketing. Ter uma boa presença digital virou meta a ser perseguida com afinco por muitas empresas e elas vislumbram as vantagens de manter uma fanpage. Mas nada garante a segurança dos dados ou que eles continuarão lá daqui a quinze ou vinte anos. É sempre bom lembrar que já assistimos a esse filme antes, quando vimos grandes apostas como Second Life e Orkut implodirem pelo desinteresse do público. A verdade é que marcas também são reféns dessas plataformas porque sentem a necessidade de investir nelas apesar do futuro incerto.
A pior dependência, entretanto, é aquela que nos torna menos humanos e mais parecidos com máquinas. A Universidade de Maryland realizou uma pesquisa com mil alunos de dez países com idades entre 17 e 23 anos. A proposta, que certamente causaria pânico àqueles que tuitaram indignados com a falha do Facebook, era passar 24 horas sem celulares, redes sociais, internet e TV. O resultado: 79% sentiram confusão, estresse e até mesmo sensação de isolamento. A Academia Americana de Pediatria também identificou que o uso excessivo das redes sociais provoca depressão. Essas análises são novidade? Não. E isto é o pior: temos consciência do problema, mas nem sempre conseguimos evitar.
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